segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Lápide de Jakob Haas em Linha Harmonia, Teutônia, RS.

Lápide de Georg Peter Haas na Aldeia do Imigrante em Nova Petrópolis

JAKOH HAAS, filho de Georg peter Haas

JAKOB HAAS e ANNA KATHARINA SCHNEIDER


Jakob Haas, (no livro de registros de batismo do filho Christian seu nome aparece grafado como Jakob e em relatório da Fazenda Pública sobre a produção em seu lote de terras como Jacob), filho de Georg Peter Haas e Maria Elisabetha Tatsch, nasceu em 25 de julho de 1837 e faleceu em 26  de fevereiro de 1898.
Casou-se com Anna Katharina Schneider, nascida em 12 de agosto de 1838 e falecida em 29 de abril de 1926.
O casal teve 13 filhos: Catharina (casou com Frohbes, conforme relato oral de Carlos Haas, neto de Jakob Haas e tio de meu pai Theobaldo Haas), Pedro (Peter, conforme o mesmo Carlos Haas), João (Johann), Jacob Filho, Nicolau (meu bisavô), Felipe (Phillip), Guilherme (Wilhelm), Henrique (Heinrich), Cristiano (Christian, no livro de registros de batismo da Comunidade Evangélica de Foromeco), Felipe II (Phillip II, cf. Carlos Haas, porque Phillip I tinha falecido ainda muito jovem), Bernardina (cf. registro em livro da Fazenda Pública, mas Carlos Haas falava em Amantina casada com Prante), Emilia (casada com Tellaboni) e Maria (casada com Dreyer). Faleceram jovens os filhos Felipe I, nascido em 18.04.1870 e falecido em 21.09.1883 e Henrique, nascido em 02.08.1875 e falecido em 14.02.1895.
Jakob viveu em uma época em que as lutas contra os castelhanos, numa das quais seu pai Peter tinha participado, e a Revolução Farroupilha já tinham terminado. Mas por pouco também teve que empunhar armas. Conforme o livro "Alemães e Descendentes - do Rio Grande do Sul - na Guerra do Paraguai", faz-se referência ao que Koseritz diz em seu jornal: apesar do decreto 3506 de 04.08.1865, continuava-se com a convocação de pais de família com filhos menores para o serviço militar. Jakob Haas, mesmo com 4 filhos menores, foi convocado para integrar o 11ð ou o 12ð Corpo da Guarda Nacional, em São Leopoldo. Pelo exame das datas, temos a convicção de tratar-se do mesmo Jakob Haas que estamos pesquisando. A atuação enérgica de Carlos Von Koseritz junto ao governo da província não conseguiu reverter estes desmandos num primeiro momento. Mas quando a tropa teve de marchar para combate, conseguiu-se que estes soldados convocados ilegalmente fossem dispensados. Na relação dos que participaram da guerra consta o nome de seu irmão, o Capitão Peter Haas Filho.
Por volta de 1880, de acordo com registros da Fazenda Pública, a família de Jakob Haas morava em uma área de terras com mais de 16 hectares que, a oeste limitavam com o Arroio Forromeco , a leste com a Picada Feliz, ao sul com a fração colonial nº 1 de Santa Maria da Soledade e ao norte com a de nº 3 no mesmo distrito. O primeiro proprietário deste lote foi um tal de Picher (ou Tischer?), que as passou para Carlos Taffe, para liquidação de dívidas. Jakob Haas era agregado de Carlos Taffé. Não sabemos se o casal morou neste sítio desde o seu casamento. Sua filha Catharina foi batizada na Comunidade Evangélica do Forromeco em 22 de agosto de 1859.
Esta colônia de Santa Maria da Soledade, um empreendimento particular, não prosperou como se esperava e o Governo rescindiu o contrato, assumindo os encargos da colonização. Além da topografia inóspita em parte da área, o ataque dos índios também colaborou para que a comunidade não prosperasse como era esperado. Encontramos desta época, relatos interessantes sobre o relacionamento com os índios, inclusive o caso do rapto de um tal Lamberto Versteg, que originou  um conhecido livro "As Vítimas do Bugre" do Monsenhor Matias José Gansweidt.
No livro de registros da Fazenda Pública aparecem estatísticas da situação dos lotes da Colônia. Embora não tenhamos identificado a data destes relatórios, cruzando dados sobre a idade dos filhos que aí constam e as datas de batismo destes filhos (disponíveis em microfilmes de livros das comunidades no Arquivo Histórico da IECLB), concluímos que se refiram aos anos próximos a 1880. Provavelmente seja de 1879. Consta que dos 16,8432 ha , 5 eram cultivados, 8,5 formavam o potreiro e 3,3432 eram de mata nativa. As benfeitorias foram avaliadas em 800$000 e presumido um rendimento anual de 400$000. Cita ainda que tinham 2 cabeças de gado vacum, 1 de cavallares, 2 de muares, 30 de suínos e 40 aves domésticas.
No período de 1889 a 1898 viveram em Linha Harmonia, na época pertencente a Estrela, Rio Grande do Sul.
Jakob Haas e dois filhos foram sepultados no Cemitério Evangélico de Linha Harmonia. Já a esposa Anna Katharina foi sepultada em cemitério particular de João Haas em Campo Comprido, Espumoso.

domingo, 2 de outubro de 2011

O soldado Georg Peter Haas

GEORG PETER HAAS e MARIA ELISABETHA TATSCH
Geor Peter Haas, mais conhecido como Peter Haas, nasceu na Alemanha, na cidade de Bosenbach, distrito de Kusel, na região do Hunsrück, estado de Renânia-Palatinado (Rheinland-Phalz), como filho de Nicolaus D. Haas e de Katharina Grub, em 09 de setembro de 1802.
Emigrou para o Brasil em 1826, servindo como soldado no Rio de Janeiro. Integrou o 27º Batalhão De Soldados e acompanhou D. Pedro I em sua ida ao Rio Grande do Sul para lutar na Guerra da Cisplatina.
Sobre a atuação dos soldados alemães neste e outros conflitos recomendamos as obras de JUVÊNCIO SALDANHA LEMOS editada pela Livraria Palmarrinca sob o título de Os mercenários do Imperador e,  de CLAUDIO MOREIRA BENTO, Gráfica e Editora  a Nação S.A., Estrangeiros e descendentes na História Militar do Rio Grande do Sul.
Saldanha Lemos relata que o comboio do Imperador partiu do Rio de Janeiro em 24 de novembro de 1826 e fundeou, cinco dias depois, na Ilha de Santa Catarina. D. Pedro seguiu por terra até Porto Alegre, chegando aí em 8 de dezembro. O 27º seguiu por mar com o comboio, chegando em São José do Norte no início de dezembro. Mas conforme Moreira Bento, este batalhão seguiu por terra com o imperador. Nos primeiros dias de 1827 estabeleceram-se em Pelotas, então denominada São Francisco de Paula. Em meados de janeiro seguiram pela lagoa Mirim e depois pelo Rio Jaguarão até o Cerrito. Dali, numa marcha estafante, seguiram por terra até o Arroio Lixiguana, afluente do Camaquã, onde se uniram às tropas do Marques de Barbacena vinda da atual Santana do Livramento e que já se encontrava há dois dias neste local. Permaneceram alguns dias e dali se dirigiram até o Passo do Rosário, onde travaram o sangrento combate que ficou conhecido por este nome. Findo o combate, dirigiram-se para o Leste, alcançando São Sepé em 27 de fevereiro de 1827 e o Passo do São Lourenço no Rio Jacuí em 2 de março.
Não há dados conhecidos sobre a atuação do soldado Georg Peter durante a guerra, mas sabe-se que, terminado seu período como soldado, em 16 de dezembro de 1827 desembarcou em São Leopoldo, juntamente com Johann Haas.
Em 29 de junho de 1828 casou-se com Maria Elisabetha Tatsch, nascida em 30 de junho de 1805 em Raversbeuren, também na região do Hunsrück. Ou é filha de Jakob Tatsch e de Maria Catharina Müller, ou então filha adotiva de Peter Gerhard e Maria Elisabetha Tatsch. Na relação de veleiros que Egídio Weissheimer publicou no site da Paróquia Martin Luther - Comunidade Evangélica de Porto Alegre, a vigésima leva de imigrantes veio no navio Fliegender Adler. Na relação de sobrenomes das famílias de passageiros estão HAAs e TATSCH. Não encontramos repetidos estes sobrenomes nas relações dos demais veleiros. Teriam Georg Peter e Maria Elisabetha se conhecido durante a viagem?
O casal recebeu um lote de terras em São José do Hortêncio, no qual construiram uma casa em 1847 e que ainda hoje existe, embora não mais pertencendo a descendentes da família. Trabalhou ali como agricultor e ferreiro. O casal teve 9 filhas e 4 filhos. os filhos foram: Nicolau, Henrique, Peter Filho (lutou na Guerra do Paraguai com posto de capitão). No livro "Deutsche Einwanderer  in São Leopoldo 1824-1937" Wilhelm Wolf cita a filha Elisabetha, casada com Spier e Anna Katharina, casada com Stöhr.
Maria Elisabetha faleceu em 27 de março de 1879. Peter Haas, em 6 de dezembro de 1894, conforme consta no livro de registros da Comunidade Evangélica. Em seu túmulo (ver fotos) porém consta como sendo 1893 o ano de do falecimento.
Ambos foram sepultados no cemitério antigo de São José do Hortêncio e no dia 25 de julho de 2001, dia do imigrante alemão, o túmulo de Georg Peter foi transferido para o pequeno cemitério que integra o museu a céu aberto do Parque Aldeia do Imigrante de Nova Petrópolis, em terra que já pertenceram a seu neto Ferdinand Haas.